O Festival Folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no último fim de semana de junho na cidade de Parintins, Amazonas.
O festival é uma apresentação a céu aberto, onde competem duas associações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação ocorre no Bumbódromo (Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes), um tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para 35 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações. O Festival de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local
O festival é realizado desde 1965 e já teve vários locais de disputa como a quadra da catedral de Nossa Senhora do Carmo, a quadra da extinta CCE e o estádio Tupy Cantanhede. Até que em 1987, o governador Amazonino foi assistir o festival, no mesmo local onde é o Bumbódromo, mas era um tablado.
Ele gostou tanto da festa que prometeu construir um local do tamanho que o festival merecia e, no ano seguinte, em 1988, inaugurava o Bumbódromo[1].
Até 2005 era realizado sempre nos dias 28, 29 e 30 de junho. Uma lei municipal mudou a data para o último fim de semana desse mesmo mês.
O primeiro festival
Em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de Parintins, criado por
Raimundo Muniz [carece de fontes], mas não houve participação dos bumbás. A primeira disputa veio no segundo Festival.
[editar]Itens Julgados
Ao todo são julgados 99 quesitos ou itens no Festival de Parintins, sendo eles de ordem individual ou coletiva. São eles em ordem de julgamento:
1 - Apresentador
2 - Levantador de Toadas
3 - Batucada/Marujada
4 - Ritual Indígena
5 - Porta-Estandarte
6 - Amo do Boi
7 - Sinhazinha da Fazenda
8 - Rainha do Folclore
9 - Cunhã-Poranga
10 - Boi-Bumbá Evolução
11 - Toada, Letra e Música
12 - Pajé
13 - Tribos Indígenas
14 - Tuxauas
15 - Figura Típica Regional
16 - Alegoria
17 - Lenda Amazônica
18 - Vaqueirada
19 - Galera
20 - Coreografia
21 - Organização do Conjunto Folclórico
[editar]Componentes do festival
A música, que acompanha durante todo o tempo, é a
toada, acompanhada por um grupo de mais de 400 ritmistas.
Os dois Bois dançam e cantam por um período de três horas, com ordem de entrada na arena alternada em cada dia. As letras das canções resgatam o passado de mitos e lendas da
floresta amazônica. Muitas das toadas incluem também sons da floresta e canto de pássaros.
O ritual dos Bumbás mostra a lenda de
Pai Francisco e
Mãe Catirina que conseguem, com a ajuda do
Pajé, fazer renascer o boi do patrão. Conta a lenda que Mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Para satisfazer o desejo da mulher, Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão.
Pai Francisco é descoberto, tenta fugir, mas é preso. Para salvar o boi, um padre e um médico são chamados (o pajé, na tradição indígena) e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados e há uma grande comemoração.
[editar]Personagens da festa
Marca o centro do espetáculo. Sua voz conduz o tema. Precisa ter afinação, dicção, timbre e técnica de canto. Os irmãos Israel Paulain comanda o espetáculo no Garantido e se irmão Júnior Paulain no Caprichoso
Todas as músicas que fazem a trilha sonora das apresentações são interpretadas pelo
levantador de toadas. Trata-se de uma figura importante, já que a técnica, a força e a beleza de sua interpretação não só valem pontos como ajudam a trazer à tona a emoção dos brincantes.
David Assayag e o mais reconhecido levantador do festival, que participou do
Boi Garantido do ano de 1994 até o ano de 2009, passando no ano de 2010 para o
Boi Caprichoso, sendo substituído por Sebastião Júnior, de apenas 23 anos que foi considerado a maior revelação do Festival de Parintins, por sua belíssima voz e empatia imediata com a galera vermelha.
O
Amo do Boi, com seu jeito caboclo, exalta a originalidade e a tradição do nosso folclore, fazendo soar o
berrante e tirando o verso em grande estilo. É a chamada do Boi, que vem para bailar. No Garantido o Amo é Tony Medeiros e no Caprichoso Edílson Santana.
É a filha do dono da fazenda. Precisa ter graça, desenvoltura, simplicidade, alegria, saudando o boi e do público. Ana Luiza Faria no Garantido e Thainá Valente no Caprichoso.
- Figuras Típicas Regionais e Lendas Amazônicas
Fazem aflorar os sentimentos de amor e paixão. Alegorias gigantes se movimentam. Coreografias e fantasias originais, com luz teatral e fogos, dão um brilho especial ao espetáculo. Ficção que retrata e ilustra a cultura e o folclore de um povo. Imaginação, envolvimento e encenação são importantes neste item.
Representa o símbolo do Boi em movimento. Ela deverá ter garra, desenvoltura, elegância, alegria, sincronia de movimentos entre o bailado e o estandarte. Karyne Medeiros defende o item no Caprichoso e Raíssa Barros no Garantido.
Representa a moça bonita, uma sacerdotisa, guerreira e guardiã. Expressa a força através da beleza. Deve possuir desenvoltura e incorporar a personagem. No Garantido a moça mais bela é Tatiane Barros e no Caprichoso Maria Azêdo.
Representa a expressão do poder, pela manifestação popular. Deve possuir graça, movimentos com desenvoltura, incorporação, indumentária. Defendem este item Patrícia de Góes no Garantido e Brenna Dianná no Caprichoso.
É o símbolo da manifestação popular. Motivo e razão de ser do festival. Deve ter geometria idêntica, leveza, alegria, evolução, encenação, coreografia e movimentos de um boi real. O ser que comanda estes movimentos é chamado de tripa do boi, e é o mesmo que confecciona o mesmo, sendo Denildo Piçanã no Garantido e Markinho Azevedo no Caprichoso.
Apresentação de um agrupamento nativo da Amazônia. Considera-se: sincronia de movimentos, fidelidade às raízes, cores, expressões cênicas, formas de dançar e movimentos originais.
No apogeu da apresentação, acontece o Ritual, uma dramatização teatral comovente, culminando sempre com a mágica e misteriosa intervenção do
Pajé, o poderoso curandeiro e temido feiticeiro, que faz a dança da pajelança. É a grande apoteose da noite.
A galera (torcida) dá um show à parte. Enquanto um Boi se apresenta, sua galera participa com todo entusiasmo. Seu desempenho também é julgado. Do outro lado, a galera do contrário (adversário) não se manifesta, ficando no mais absoluto silêncio, num exemplo de cordialidade, respeito e civilidade.
Os jurados são sorteados na véspera do Festival e todos vêm de outros estados. Pela proximidade, pessoas do norte são vetadas. O requisito é ser estudioso da arte, da cultura e do folclore brasileiro. Mais de 20 itens são julgados, à luz de um regulamento simples, claro e preciso.
Quem visita Parintins, fica encantado com a arte indígena, uma das temáticas da festa e com a culinária do local. O grande atrativo, porém, é o Festival Folclórico. É nessa época do ano que a população da cidade praticamente dobra.
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